Dividendos Recordes em 2025: 20 Empresas segundo BTG Pactual

Um movimento inesperado começa a agitar o mercado financeiro brasileiro. O BTG Pactual identificou 20 empresas com forte potencial para distribuir dividendos extraordinários ainda em 2025 — um cenário que promete movimentar a Bolsa e beneficiar investidores atentos às oportunidades antes da nova tributação entrar em vigor.
A expectativa vem da proposta que altera o Imposto de Renda para pessoas físicas, já aprovada na Câmara dos Deputados e atualmente em análise no Senado. O projeto prevê a cobrança de 10% sobre dividendos pagos a partir de 2026, encerrando quase três décadas de isenção total para esse tipo de rendimento.
Corrida contra o tempo: por que as empresas devem antecipar dividendos
A nova regra impactará dividendos pagos a pessoas físicas e investidores estrangeiros, mas deixa uma janela de oportunidade.
Os lucros declarados até o fim de 2025, baseados em resultados de exercícios anteriores, continuarão isentos do novo imposto — o que deve levar muitas empresas a antecipar o pagamento de dividendos extraordinários antes da mudança.
Segundo o BTG, essa movimentação deve ser mais intensa entre companhias com lucros acumulados, baixa alavancagem e reservas expressivas.
Em outras palavras, quem tiver caixa sobrando e estabilidade financeira tem motivos de sobra para recompensar os acionistas ainda neste ciclo.
O que muda com a nova tributação
A proposta do governo define que a tributação de 10% sobre dividendos incidirá sobre valores acima de R$ 50 mil mensais, com exceções pontuais.
Além disso, o texto permite que as empresas distribuam dividendos referentes a lucros de 2025 ao longo de três anos (2026 a 2028), garantindo flexibilidade financeira sem perder o benefício fiscal.
Para investidores, isso significa que 2025 pode ser o último grande ano de isenção, e também o momento ideal para acompanhar empresas que podem adiantar pagamentos volumosos.
De acordo com o relatório, o mercado pode ver uma onda de anúncios de dividendos especiais, refletindo o esforço das companhias para se ajustar à nova realidade tributária.
As 20 empresas com maior potencial de dividendos extraordinários
O levantamento do BTG Pactual destacou companhias de diferentes setores — de energia e construção a tecnologia — que podem anunciar pagamentos generosos nos próximos meses.
Entre elas, figuram nomes conhecidos da B3, com retornos projetados entre 8% e 22%.
| Empresa | Ticker | Retorno Extraordinário Esperado |
|---|---|---|
| Eztec | EZTC3 | 17% |
| Direcional | DIRR3 | 13% |
| Cyrela | CYRE3 | 9–10% |
| Lavvi | LAVV3 | >10% |
| Copel | CPLE6 | 14% |
| Isa Energia | ISAE4 | 13% |
| Energisa | ENGI11 | 11% |
| Eletrobras | ELET3 | 10% |
| Unifique | FIQE3 | 19% |
| Intelbras | INTB3 | 13% |
| Tim | TIMS3 | 12% |
| Metalúrgica Gerdau | GOAU4 | 20% |
| Gerdau | GGBR4 | >10% |
| Usiminas | USIM5 | >10% |
| Irani | RANI3 | >10% |
| Ambev | ABEV3 | >10% |
| Marcopolo | POMO4 | 18% |
| C&A | CEAB3 | >10% |
| Blau | BLAU3 | >10% |
| PetroReconcavo | RECV3 | 8–13% |
Segundo o BTG, essas empresas apresentam combinação ideal de rentabilidade, solidez e reservas acumuladas, o que as coloca na dianteira da corrida por dividendos antes da tributação.
Setores que devem liderar o pagamento de dividendos
O relatório também divide as oportunidades por setor, apontando onde estão os maiores potenciais de retorno:
- Materiais básicos: Metalúrgica Gerdau e Gerdau são destaque, com alta liquidez e baixa alavancagem. Usiminas deve reservar parte dos lucros para reinvestimento, mas ainda pode surpreender.
- Papel e celulose: Irani aparece como uma das mais promissoras, com possibilidade de yield de até 34% se distribuir integralmente suas reservas.
- Óleo e gás: PetroReconcavo deve pagar entre 8% e 13% de dividendos extraordinários.
- Utilities (energia e saneamento): Copel, Eletrobras, Isa Energia e Energisa figuram entre as favoritas do mercado.
- Construção civil: Eztec, Direcional, Lavvi e Cyrela devem se beneficiar da alta geração de caixa do setor.
- Tecnologia e telecom: Unifique, Intelbras e Tim têm projeções sólidas, com yields entre 12% e 19%.
- Alimentos e bebidas: Ambev, M. Dias Branco e Minerva Foods têm espaço para repasses acima da média.
- Saúde: Blau deve distribuir até 20%, enquanto Fleury e Odontoprev aparecem com valores menores.
- Bens de capital: Marcopolo e Mills despontam com retornos estimados de até 22%.
O que os investidores devem observar
Para quem investe em ações, a antecipação dos dividendos extraordinários pode representar um ponto de entrada estratégico.
No entanto, o BTG alerta que nem todas as empresas terão condições de fazer distribuições relevantes — reservas limitadas, dívidas elevadas e planos de expansão podem reduzir a margem de pagamento.
O banco recomenda observar quatro fatores antes de tomar decisões:
- Lucros retidos e reservas em relação ao valor de mercado;
- Nível de alavancagem da empresa;
- Planos de investimento para os próximos anos;
- Perfil acionário, já que a nova tributação afeta mais pessoas físicas e estrangeiros.
Empresas que combinam baixo endividamento, alta rentabilidade e estabilidade operacional devem se destacar neste cenário.
Dividendos extraordinários: o novo motor da Bolsa em 2025
Com o avanço do projeto de lei e a expectativa de mudança fiscal, o mercado deve ver um movimento coordenado de antecipação de lucros.
Isso pode impulsionar as ações de empresas pagadoras de dividendos e criar um novo ciclo de valorização na B3.
Para investidores experientes, trata-se de uma janela única de oportunidade:
quem souber identificar os papéis certos poderá aproveitar rendimentos elevados antes que o novo imposto entre em vigor.
E, se há uma lição a ser tirada, é esta — em tempos de incerteza tributária, o dinheiro que chega antes vale mais.





