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Golpes na Black Friday: fraudes online somam R$ 3 bilhões e preocupam empresas

O número é alarmante para os golpes na Black Friday, mais de 2,8 milhões de tentativas de fraude foram registradas no comércio eletrônico brasileiro em 2024, somando R$ 3 bilhões em prejuízos potenciais, segundo o Mapa da Fraude 2025, divulgado pela ClearSale, braço do Serasa Experian especializado em soluções antifraude.
E com a Black Friday 2025 se aproximando, especialistas alertam: o período mais lucrativo do varejo também é o mais perigoso para lojistas e consumidores.

Black Friday: o paraíso das promoções e dos golpistas

Durante a Black Friday, o tráfego online atinge níveis recordes — e com ele, aumentam as chances de ataques.
Phishing, roubo de credenciais e ransomware estão entre os golpes mais usados por criminosos digitais para enganar consumidores e invadir sistemas de empresas.

De acordo com Pedro Braga, diretor da Locaweb e KingHost, a época exige atenção redobrada.

“Durante a Black Friday, os ataques costumam se intensificar porque há pressa, volume de acessos e falta de checagem. Uma simples falha pode comprometer toda a operação e a confiança do cliente”, afirma o executivo.

Segurança não é gasto, é investimento estratégico

Para quem vende online, proteger o negócio não é mais opcional — é questão de sobrevivência.
Segundo Braga, segurança digital deve ser tratada como investimento estratégico, com medidas que envolvem tanto tecnologia quanto comportamento humano.

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Entre as boas práticas mais recomendadas, estão:

  • Uso de certificados SSL para garantir conexões seguras;
  • Autenticação em dois fatores para proteger logins administrativos;
  • Políticas de acesso restrito entre colaboradores;
  • Monitoramento contínuo de servidores e sites;
  • Rotinas automáticas de backup para evitar perda de dados.

Essas ações reduzem riscos e aumentam a credibilidade da marca.
Quando o consumidor percebe que uma loja é segura, ele confia, compra mais e volta a comprar — um ciclo de confiança que impacta diretamente o faturamento.

Como a tecnologia ajuda a prevenir Golpes na Black Friday

Como a tecnologia ajuda a prevenir Golpes na Black Friday

Empresas de hospedagem e e-commerce, como a Locaweb, vêm investindo pesado em ferramentas antifraude integradas, capazes de detectar comportamentos suspeitos em tempo real.
Essas soluções combinam inteligência artificial, análise preditiva e monitoramento automatizado para identificar padrões de fraude antes mesmo que o golpe aconteça.

Braga explica que a combinação entre tecnologia e conscientização interna é o segredo do sucesso.

“De nada adianta ter sistemas avançados se a equipe não entende os riscos. O fator humano ainda é o elo mais vulnerável da cadeia”, alerta o executivo.

A orientação é clara: treinar colaboradores para reconhecer tentativas de phishing e manter softwares atualizados é tão importante quanto usar sistemas robustos de proteção.

Fraudes mais comuns e categorias mais visadas

De acordo com o Mapa da Fraude 2025, os celulares lideram o ranking de tentativas, concentrando 4% dos golpes e apresentando um tíquete médio de R$ 2.789, valor 159% acima da média geral.

Outras categorias também aparecem com alta incidência:

  • Acessórios eletrônicos – 3,4%
  • Eletrodomésticos – 3,2%
  • Informática – 3,2%
  • Serviços – 2,5%

Os produtos mais visados incluem geladeiras, freezers, televisores e itens de moda premium, especialmente aqueles de edição limitada, que têm grande procura e alto valor de revenda.

Esses dados mostram que os criminosos estão cada vez mais sofisticados e seletivos, mirando categorias com maior margem de lucro e apelo popular durante as promoções.

Perfil dos consumidores mais afetados

O relatório também revela diferenças significativas entre os perfis de vítimas.
As tentativas de fraude são mais comuns entre consumidores do sexo masculino (1,7%), seguidos por outros perfis (1,5%) e feminino (0,9%).

Essas informações ajudam empresas e plataformas de pagamento a personalizar estratégias de segurança, focando em pontos vulneráveis de comportamento digital, como compras impulsivas, cadastros em sites desconhecidos e falta de verificação em links promocionais.

Como os lojistas podem se preparar para a Black Friday 2025

Com o aumento esperado do tráfego digital, especialistas recomendam que as lojas iniciem seus planos de segurança com antecedência.
Algumas medidas simples podem evitar grandes dores de cabeça:

  • Revisar sistemas de pagamento e certificar-se de que estão em conformidade com normas de segurança;
  • Implementar camadas extras de autenticação para usuários administrativos;
  • Utilizar ferramentas de análise de comportamento de compra;
  • Estabelecer protocolos de resposta rápida em caso de ataques;
  • Promover campanhas internas de conscientização sobre cibersegurança.

Mais do que prevenir perdas financeiras, essas ações protegem a reputação da empresa e demonstram comprometimento com a confiança do cliente — algo que, em tempos digitais, vale tanto quanto qualquer promoção.

Conclusão: segurança é o novo diferencial competitivo

Em um cenário onde o e-commerce cresce a passos largos, a segurança digital se tornou o novo fator competitivo.
A Black Friday é uma oportunidade de ouro para vendas, mas também um campo minado para quem ignora a proteção dos dados.

Com tecnologia, preparo e consciência, é possível transformar o que seria uma ameaça em um diferencial estratégico, mostrando ao público que sua marca leva a segurança tão a sério quanto a experiência de compra.

Afinal, a confiança é o bem mais valioso de qualquer loja — e, ao contrário das promoções, ela não pode entrar em liquidação.

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