MXRF11 Despenca à Mínima do Ano e IFIX Segue em Baixa na Abertura da Semana
O fundo imobiliário MXRF11 iniciou a semana batendo seu menor valor em 2025, encerrando o pregão desta segunda-feira (20) cotado a R$ 9,09. Esse resultado marca a terceira queda diária consecutiva do papel, que vinha se mantendo em queda desde a última quarta-feira (15), quando efetuou o pagamento de seus dividendos referentes a dezembro (R$ 0,10 por cota).
A oscilação negativa não foi um fato isolado, já que o IFIX, principal índice de FIIs no Brasil, também fechou no vermelho, recuando pelo terceiro dia seguido. Após iniciar o dia em leve alta, o indicador terminou com 3.038,88 pontos, acumulando baixa de 0,09% em relação à sessão anterior. Ao longo do pregão, chegou a registrar máxima de 3.050,73 pontos nos primeiros minutos, mas perdeu tração e tocou a mínima de 3.034,88 antes de uma modesta recuperação.
Pressões no Mercado de FIIs
O humor no mercado de fundos imobiliários permanece sensível às incertezas de natureza tanto fiscal quanto monetária. A queda de 1,38% registrada na sexta-feira ainda repercute, atribuída ao risco de uma possível tributação de fundos sob a justificativa de “prestadores de serviços”, após veto presidencial a parte da regulamentação tributária. Gestoras de fundos contestam os argumentos legais do governo, e existe a possibilidade de o Congresso reverter esse veto.
Outro fator de peso é a aproximação da reunião do Copom, na próxima semana. As projeções apontam para uma nova elevação na Selic, possivelmente em 1 ponto percentual, o que elevaria a taxa básica de juros a 13,25% ao ano. O boletim Focus, do Banco Central, já sugere que essa taxa possa alcançar 15% no fim de 2025, pressionando ainda mais a atratividade dos fundos imobiliários em meio a cenários de juros elevados.
A Situação do MXRF11
O MXRF11 vinha se mantendo acima dos R$ 9,30 até o pagamento dos proventos de dezembro, mas engatou um movimento de queda assim que distribuiu os rendimentos. No pregão desta segunda, a baixa de 0,55% deixou o FII em R$ 9,09, patamar inédito em 2025. A última vez que o fundo se aproximou desse nível foi em 23 de dezembro, quando encerrou a sessão em R$ 8,99.
Apesar do cenário negativo para diversos fundos, alguns ativos tiveram performances destoantes. O BROF11, por exemplo, apresentou a pior queda do dia entre os integrantes do IFIX, perdendo 3,74% e fechando a R$ 45,53 — movimento que veio após uma alta de 5,18% na sexta, na esteira do anúncio de dividendos (R$ 0,57 por cota). Por outro lado, PORD11 e RCRB11 subiram 3,20%, fechando em R$ 7,41 e R$ 120,20, respectivamente.
IFIX em Modo de Alerta
Com a sessão negativa de segunda-feira, o índice de fundos imobiliários brasileiro contabiliza sua nona queda em 13 pregões de 2025, acumulando -2,48% no ano. A turbulência vem em boa parte das incertezas macroeconômicas e eventuais mudanças tributárias, criando um ambiente de maior cautela entre os investidores.
O IFIX, calculado pela B3, reúne 117 FIIs de distintos segmentos. Para fazer parte dessa carteira, os fundos precisam atender critérios como liquidez, valor patrimonial e regularidade de pagamentos. Até o fim de abril, a composição atual do índice segue inalterada, a menos que haja alguma revisão extraordinária.
Perspectivas para o Setor
A análise do cenário mostra que a elevação dos juros e as discussões sobre possíveis taxas sobre os fundos imobiliários podem continuar influenciando negativamente o mercado. Investidores que apostam em FIIs buscam maior previsibilidade no tratamento tributário e um horizonte de queda nos juros para retomar o apetite pelos ativos. A próxima decisão do Copom tende a ser decisiva para ditar o tom das próximas semanas.
Enquanto isso, MXRF11 e outros fundos seguem refletindo a volatilidade do momento. Para os cotistas, o ponto-chave é acompanhar de perto as sinalizações do governo sobre tributação e ficar atento a possíveis ajustes no portfólio, caso o ciclo de alta de juros se prolongue ou novas intervenções fiscais sejam anunciadas.
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