Na Argentina o BC (Banco Central) tomou uma medida significativa ao congelar os saldos de dólares mantidos pelos bancos no país. Nesse movimento, o BC estabeleceu um limite para a quantidade de dólares que as instituições financeiras podem manter, com base no montante que possuíam no final do dia de quinta-feira (12).
Impacto da decisão…
A partir de agora, para que os bancos possam aumentar suas reservas de dólares além desse limite, é requerida uma autorização antecipada do Banco Central Argentino. É importante notar que essa nova regulamentação estará em vigor até o final de outubro e não terá impacto sobre os depósitos em dólares de indivíduos nas instituições financeiras.
A decisão teve um impacto considerável no cenário político. O economista Martín Tetaz, e também deputado federal da Argentina, destacou a importância dessa medida e comentou:
“Essa ação impede que os bancos adquiram dólares”.
Tetaz faz parte da oposição política e é crítico em relação ao governo de Alberto Fernández, que busca consolidar Sergio Massa, Ministro da Economia, como seu sucessor.
Segundo os especialistas econômicos, o objetivo principal dessa ação é conter a desvalorização do peso argentino e combater a inflação, especialmente à luz das eleições presidenciais que se aproximam em 22 de outubro.
Porque o Banco Central da Argentina quer congelar dólares no país?
A medida visa aumentar a disponibilidade de dólares no mercado, ao mesmo tempo que impede a especulação cambial, já que os bancos estão impossibilitados de ampliar seus saldos em dólares à vista.
Segundo Bernardo Mariano, sócio na empresa de pesquisas ERDesk, as ações do Banco Central são voltadas para a estabilização dos mercados no período que antecede as eleições.
No entanto, o dia 31 marca um ponto de viragem, uma vez que o impacto das restrições será sentido de forma muito mais severa do que se não existissem. Projeta-se que haverá um aumento considerável no valor do dólar. Mariano destaca que esse tipo de medidas é um tema recorrente no cenário econômico da Argentina.
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Diante da escassez do dólar em mercado argentino, devido ao aumento da demanda pela moeda nos últimos tempos, algumas medidas foram tomadas. Estas medidas foram implementadas como resposta à situação.
Em agosto, o ministro da Economia e candidato ao governo, Sergio Massa, defendeu uma redução de 21% do valor na moeda oficial. Esta decisão foi tomada logo após as eleições primárias. Esta decisão foi necessária para permitir o desembolso do empréstimo de 44 milhões de dólares concedido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
Argentina adotará o dólar como moeda oficial?
O principal adversário de Massa, Javier Milei, propôs a dolarização da Argentina, eliminando o peso argentino e adotando o dólar dos U.S.A como moeda oficial, ganhando a liderança nas pesquisas sobre intenção de votos. Com tantos desdobramentos e incertezas, o cenário político e econômico na Argentina permanece dinâmico e sujeito a mudanças constantes.